Comitiva  Boi  Soberano


 

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BOI  SOBERANO

- moda de viola -

( Izaltino Gonçalves )

 

 

Me alembro e tenho saudade

Do tempo que vai ficando

Do tempo de boiadeiro

Que eu vivia viajando

Eu nunca tinha tristeza

Vivia sempre cantando

Mês e mês cortando estrada

No meu cavalo ruano

 

Sempre lidando com gado

Desde a idade de quinze ano

Não me esqueço de um transporte

Seiscentos boi cuiabano

No meio tinha um boi preto

Por nome de Soberano

 

Na hora da despedida

O fazendeiro foi falando

Cuidado com esse boi

Que nas guampa é leviano

Esse boi é criminoso

Já me fez diversos dano

Toquemo pelas estrada

Naquilo sempre pensando

 

Na cidade de Barretos

Na hora que eu fui chegando

A boiada estourou, ai

Só via gente gritando

Foi mesmo uma tirania

Na frente ia o Soberano

 

O comércio da cidade

As portas foram fechando

Na rua tinha um menino

Decerto estava brincando

Quando ele viu que morria

De susto foi desmaiando

Coitadinho debruçou

Na frente do Soberano

 

O Soberano parou, ai

Em cima ficou bufando

Rebatendo com os chifre

Os boi que vinha passando

Naquilo o pai da criança

De longe vinha gritando:

 

— Se esse boi matá meu filho

Eu mato quem vai tocando

E quando viu seu filho vivo

E o boi por ele velando

Caiu de joelho por terra

E para Deus foi implorando:

— Sarvai meu Anjo da Guarda

Deste momento tirano

 

Quando passou a boiada

O boi foi se arretirando

Veio o pai dessa criança

E comprou o Soberano

Este boi sarvô meu filho

Ninguém mata o Soberano

 

 


Foto: Rúbio/Tanabi-SP

Selo do disco da primeira gravação da moda de viola "BOI SOBERANO"

Ano de  1.954

 

 


 Identidade social de  IZALTINO  GONÇALVES  na  SICAM - Sociedade Independente de Compositores e Autores Musicais

 


BIOGRAFIA  DE  IZALTINO  GONÇALVES

Nasceu na cidade de São José do Rio Preto, Estado de São Paulo, no dia 14 de abril de 1.929, filho do casal Lázaro Gonçalves e Ambrósia Victória de Oliveira. Aos sete anos de idade mudou-se com a família para a Fazenda Matinhas, no bairro rural de Ibiporanga, município de Tanabi-SP. Aos dez anos foi morar na Fazenda Barra Grande, próximo da cidade de Mirassolândia. De lá mudou-se novamente para o bairro rural de Ibiporanga, na Fazenda Barra Mansa. Por ser filho de carpinteiro, fazia com seus irmãos casas, porteiras, carroças, carros de boi e consertos em geral. Não freqüentou escola. Aos vinte e dois anos, escreveu a música “Penacho”, que foi gravada em 1.951 pela dupla “Tonico e Tinoco”. Aos vinte e quatro anos, escreveu a moda de viola “Boi Soberano”, gravada inicialmente por “Zé Carreiro e Carreirinho”, depois por “Pedro Bento e Zé da Estrada”, “Tião Carreiro e Pardinho” e outras duplas. Aos trinta anos, casou-se com Laurinda Batóchio e mudou-se para a cidade de Tanabi, onde vive até hoje. Teve duas filhas e um filho, este já falecido. Trabalha como relojoeiro, além de ser sitiante e apicultor. Continua compondo e fazendo poesias. Tem dezoito músicas gravadas, conforme relação abaixo, além de várias músicas inéditas.

 RELAÇÃO  DAS  MÚSICAS  E  SEUS  INTÉRPRETES

 1.     Penacho

1. (Tonico e Tinoco)

 

2.     Boi Soberano

1. (Zé Carreiro e Carreirinho)

2. (Tião Carreiro e Pardinho)

3. (Pedro Bento e Zé da Estrada)

4. (João Mulato e Douradinho)

5. (Silveira e Barrinha)

6. (César e Paulinho)

7. (Eli Silva e Zé Goiano)

8. (Luiz Goiano e Gircel da Viola)

9. (Zé Mauro e Zé Viola)

10. (Palmeira e Biguá)

11. (Tião Brasil e Parentinho)

12. (Suzana Salles, Lenine Ribeiro e Ivan Vilella)

 

3.     Pequeno Não É Pedaço

1. (Taviano e Tavares)

2. (Luís Carreiro e Marcondinho)

3. (Vieira e Vieira Júnior)

4. (Cacique e Pajé)

5. (Liu e Léu)

 

4.     Chora, Morena, Chora

1.     (Vieira e Vieirinha)

 

5.     Touro Preto

1.     (Zé do Cedro e João Pinheiro)

 

6.     Salário Dobrado

1. (Santão e Marcondinho)

2. (Luís Carreiro e Pirassi)

 

7.     O Que Passou, Passou

1.     (Taviano e Tavares)

 

8.     Prisão de Porta Aberta

     1. (Santão e Marcondinho)

 

9.     Entre as Mulheres Me Sinto Bem

1.     (Santão e Marcondinho)

 

10.   O Silêncio Também Fala

      1. (Santão e Marcondinho)

      2. (Valito e Marcondinho)

 

11.   Marcas de Beijo

1.     (Santão e Marcondinho)

2.     (Valito e Marcondinho)

 

12.   Eu e a Roseira

1.     (Santão e Marcondinho)

 

13.   Três Travesseiros

1.     (Santão e Marcondinho)

 

14.   S.O.S.

1.     (Armando e Armado)

 

15.   Ciganinho

1.     (Sérgio e Paulinho)

 

16.   Drama de Um Casamento

       1. (Valito e Marcondinho)

 

17.   Doutor Prisioneiro

      1. (Valito e Marcondinho)

 

18.  Recado do Céu (gravada como "Retrato Falado")

      1. (Valito e Marcondinho)


Foto: Rúbio/Tanabi-SP

IZALTINO  GONÇALVES  -  POETA  E COMPOSITOR

Foto  de  26  de  agosto  de  2.000

 

 


Foto: Rúbio/Tanabi-SP

  O Dr. Aguinaldo José de Góes  -  Comissário da Comitiva "Boi Soberano"  entrega cartão de prata ao Sr. IZALTINO GONÇALVES, homenageando o grande poeta e compositor tanabiense, durante o desfile de encerramento da Festa do Peão de Boiadeiro de Tanabi, em 02 de julho de 2.000.


Foto: Rúbio/Tanabi-SP

Joaquim Moreira da Silva (famoso compositor sertanejo de raiz) e Ary Jesus da Silva ("Nhô Tio") (organizador do Encontro do Catira de General Salgado) entregam cartão de prata a IZALTINO GONÇALVES, homenageando-o, em 06 de agosto de 2.000.

 


Foto: Rúbio/Tanabi-SP

Armando Garcia - organizador do Concurso de Berrante do Clube "Os Independentes" de Barretos, presta homenagem a IZALTINO GONÇALVES, entregando a ele um berrante, no ponto de pouso do Parque do Peão, durante a Festa do Peão de Boiadeiro, em 26 de agosto de 2.000.

 


Foto: Rúbio/Tanabi-SP

IZALTINO GONÇALVES é homenageado e recebe cartão de prata das mãos do Sr. Valdemar Lopes da Silva ("Valdemar Quintiliano"), organizador da Cavalgada "Mágoa de Boiadeiro", da cidade de Cosmorama, em 28 de janeiro de 2.001.

 


Foto: Shirlei Góes/Tanabi-SP

Emílio Carlos dos Santos, o popular "Cacá", à época presidente do Clube "Os Independentes" de Barretos, presta homenagem e entrega cartão de prata a  IZALTINO GONÇALVES, no ponto de pouso do Parque do Peão, durante a 47ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, em 21 de agosto de 2.002, observado por Dorival Gonçalves e João Paulo Martins, organizadores do Concurso da "Queima do Alho".

 

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