Comitiva  Boi  Soberano


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Foto: Paulo Marques/Barretos-SP

 

A  COMITIVA  “BOI  SOBERANO”

 

A Comitiva “Boi Soberano” é formada por um grupo de cerca de 20 pessoas das cidades de  Tanabi, Bálsamo, Mirassolândia e outras, da região de São José do Rio Preto, com o objetivo de recordar o transporte elegante das boiadas, de reviver os costumes de nossos antepassados, de resgatar as nossas tradições rurais genuínas e de valorizar as manifestações culturais do homem do campo, como as modas de viola, a dança do catira, a folia de reis e as festas de São João.

Procuramos reproduzir, com a fidelidade possível nas atuais circunstâncias, uma comitiva de transporte de boiada da primeira metade do século vinte, quando essa atividade era praticada com grande intensidade, principalmente rumo à cidade de Barretos, onde, no ano de 1.913, instalou-se o primeiro frigorífico do Brasil, fazendo com que aquela cidade se tornasse a meca das comitivas.

O nome da comitiva evoca uma das mais belas modas de viola que tem por tema o peão de boiadeiro, ou seja, “Boi Soberano”, cuja letra é de autoria do poeta e compositor tanabiense Izaltino Gonçalves, o qual foi homenageado no desfile de encerramento da Festa do Peão de Tanabi em 02 de julho de 2.000; no 3º Encontro do Catira de General Salgado em 06 de agosto de 2.000; durante o concurso da “Queima do Alho”, na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, no dia 26 de agosto de 2.000; na Cavalgada “Mágoa de Boiadeiro”, de Cosmorama, em 28 de janeiro de 2.001; e, novamente, na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, em 21 de agosto de 2.002, quando recebeu das mãos do presidente do Clube “Os Independentes”, Emílio Carlos dos Santos, o “Cacá”, um cartão de prata.

Os integrantes da comitiva procuram trajar-se de acordo com os costumes e tradições genuínas dos peões de boiadeiro do passado, usando botas de cano alto, bombachas, guaiaca, camisa de manga comprida, lenço grande de seda no pescoço e chapéu de aba larga.

Nas montarias são utilizados burros e mulas, com suas tralhas repletas de argolas reluzentes, de alpaca, no melhor estilo campeiro, capas “Ideal”, porta-capas de vaqueta e laços de couro na garupa.

Nossas refeições são feitas na trempe, espécie de fogão à lenha portátil, que vai no cargueiro, instalada no chão, onde o cozinheiro prepara o arroz de carreteiro, em panela de ferro, o feijão gordo, em caldeirão de ferro, e a carne assada na chapa, que são servidos com a paçoca de carne, em pratos de ferro-ágate (esmaltado).

O café é feito em coador de pano, apoiado num mancebo, sendo o bule e as canequinhas também de esmalte, e estas ficam depositadas numa bacia de esmalte, de onde são retiradas com um gancho improvisado.

A comitiva leva quatro cargueiros, um do saudoso José Batista de Souza, o “Seo Zé Pequeno”, e três do Dr. Aguinaldo José de Góes, que é o comissário; um cavalo-madrinha com seu polaco; a tropa montada e a tropa solta, num total de 45 animais, sendo 44 muares e um eqüino.

O ponteiro de boiada é o companheiro Ílio Lopes, que executa o berrante com maestria e maneja o reiadô” (espécie de relho comprido que estala) com a habilidade que os muitos anos de estradão lhe deram.

Na comitiva não poderia faltar uma viola, para alegrar a viagem com seus ponteios, falando direto da alma do violeiro para o coração dos companheiros de jornada. E esse violeiro é o peão Nilson Freitas Assunção, o “Neno Carreiro”, artista tanabiense de grande talento e sensibilidade, que encanta a todos em todos os lugares por onde passa.

A comitiva se reúne para fazer viagens ou participar de desfiles no estilo típico, sempre que algum evento o justifique, já tendo estado nas cidades de Palestina, Tanabi, Cardoso, General Salgado, Guapiaçu, Cosmorama, Mirassolândia, Nova Granada, Mira Estrela, Jales, Valparaíso, Campinas, Barretos e São José do Rio Preto, sendo que anteriormente à adoção do nome de “Comitiva Boi Soberano”, a maioria de seus integrantes participou da Cavalgada de Muares a São Vicente, viajando cerca de 850 quilômetros no lombo de mulas, de Tanabi a São Vicente, no mês de abril de 2.000, em 18 marchas.

A propósito, a idéia de criar a comitiva surgiu quando do nosso retorno dessa cavalgada. Para evitar que o grupo se dispersasse e para que pudéssemos dar continuidade ao nosso trabalho de valorização das nossas tradições rurais genuínas, resolvemos formar a comitiva.

A viagem da comitiva até Barretos, no período de 15 a 20 de agosto de 2.000, para participar do Desfile Típico da 45ª Festa do Peão de Boiadeiro daquela cidade, foi mostrada no programa “Globo Repórter”, levado ao ar no dia 25 de agosto de 2.000 e reprisado no canal “Globo News”, no dia 27 daquele mês.

Viajamos novamente a Barretos, no período de 21 a 24 de agosto de 2.001, para participar da “Queima do Alho”, no dia 25, e do Desfile Típico, no dia 26, eventos que fizeram parte da 46ª Festa do Peão de Boiadeiro daquela cidade. A chegada da comitiva no ponto de pouso do “Cartucheira”, em Barretos, na tarde do dia 24, sexta-feira, foi mostrada na programação do canal de televisão SBT do dia seguinte.

Viajamos de novo a Barretos nos anos de 2002, 2003, 2004, 2005, 2.006, 2.007 e 2.008, sendo que a partir de 2003 passamos a ficar alojados no Parque do Peão, no piquete do veterinário, Dr. Marcos Sampaio de Almeida Prado ("Kiko").

No ano de 2002, a convite dos coordenadores do evento, João Paulo Martins e Dorival Gonçalves, começamos a participar do concurso da queima do alho, onde fomos vice-campeões em 2004, campeões em 2005  (ano do Jubileu de Ouro da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos), vice-campeões em 2007  e  terceiro colocado em 2.008.

No ano de 2003 participamos de um desfile típico e de um concurso da queima do alho, na cidade de Valparaíso, onde fomos campeões.

A propósito, participando de concursos de queima do alho, a Comitiva Boi Soberano conquistou os seguintes títulos:

Campeã em Valparaíso - ano 2003.

Vice-Campeã em Barretos - ano 2004.

Campeã em Barretos - ano 2005.

Vice-Campeã em Barretos - ano 2007.

Campeã em Paulo de Faria - ano 2008.

Vice-Campeã em São José do Rio Preto - ano 2008.

Terceiro lugar em Barretos - ano 2008.

Todas as vezes que a comitiva viaja para Barretos faz a pousada da terceira marcha na Fazenda “Baculerê”, no município de Olímpia, onde é sempre muito bem recebida pelo seu proprietário, Dr. Manoel Arantes, que juntamente com seus familiares e seus funcionários, participa da queima do alho com os peões e ainda canta de viola, demonstrando grande apreço pelas nossas melhores tradições campeiras.

 

Aguinaldo José de Góes

Comissário


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