Comitiva  Boi  Soberano


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Foto: Rúbio/Tanabi-SP

Da esquerda para a direita: Naor Paranhos, Ermano de Lima Gomes ("Pardinho"), Gilberto Della Coleta, João Roberto de Oliveira, Davi Aparecido Leonardo ("Gordo"), Luís Carlos Pereira da Silva ("Alemão"), João Jacinto de Oliveira ("Seo Tuca"), Gustavo Roberto de Oliveira, Dr. Aguinaldo José de Góes, Mário Lopes Molon Filho, Alessandro Domingues Monteiro, Luciano Ricardo Jerônimo e Milton Ferreira Caires.


 

 

AVENTURA  NO  ESTRADÃO

 (relato de viagem a Barretos, em agosto de 1.999,

antes, portanto, da criação da Comitiva Boi Soberano)

 

 

         Aguinaldo José de Góes, da cidade paulista de Tanabi, e Mário Lopes Molon Filho, o “Marinho”, outro tanabiense ora residindo na cidade mineira de Fronteira, ambos aficionados pelas comitivas, juntaram-se para realizar uma viagem, inusitada nos dias de hoje, mas que fazia parte do dia-a-dia dos antigos boiadeiros, quando o gado ainda era transportado por terra.

 

         Reuniram uma comitiva com quinze pessoas, todos montando burros e mulas, e seguiram viagem rumo à mais famosa festa do peão de boiadeiro do mundo, na cidade de Barretos, percorrendo cerca de 160 quilômetros por “corredores” (estradas de terra) e beiras de rodovia, em três dias, ou “marchas”, no linguajar típico dos boiadeiros.

 

         Partiram do Bairro Rural da Ponte Nova, localizado entre as cidades de Tanabi e Bálsamo, no dia 23 de agosto de 1.999, segunda-feira, por volta das 10:20 horas, levando um burro cargueiro com sua cangalha e as bruacas, pertencente ao “Marinho”. Fizeram a primeira parada na praça da matriz da cidade de Mirassolândia, às 11:40 horas, onde comeram arroz carreteiro e feijão gordo, pratos típicos das comitivas.

 

            Às 12:50 horas seguiram viagem, e por volta das 18:00 horas, chegaram na fazenda de José Walter de Lima Figueiredo, no município de Nova Granada, onde foram muito bem recebidos e pernoitaram, alguns dormindo em redes e outros pelo chão sobre as tralhas, como faziam os antigos boiadeiros.

 

            No dia seguinte, terça-feira, às 06:45 horas, continuaram a viagem, parando às 12:00 horas, na cidade de Suinana, município de Altair, para almoçar, seguindo viagem às 13:30 horas, rumo à cidade de Guaraci, onde chegaram às 16:50 horas, pernoitando no recinto da Festa do Peão daquela cidade.

 

                Na quarta-feira, às 04:45 horas, voltaram ao estradão e chegaram à cidade de Barretos, por volta das 11:15 horas, onde almoçaram e em seguida foram visitar o recinto da Festa do Peão de Boiadeiro, sendo recebidos com a tradicional hospitalidade dos organizadores.

                

                 Desnecessário dizer da grande emoção que tomou conta dos integrantes da comitiva quando chegaram na terra por onde passou o lendário “Boi Soberano”, um ícone da música caipira, da moda de viola raiz, que traduz os mais profundos sentimentos do valoroso homem do interior.

 

              Afinal, como dizem os versos iniciais da música “Galo Índio”, cantada pela famosa dupla “Vieira e Vieirinha”, os reis do catira:

 

“São Paulo é uma roseira

E a raiz está no interior;

Se esta raiz secar

Roseira não dá mais flor”.

 

                Esta viagem foi uma prévia da grande cavalgada que será realizada pelos Tropeiros do Oeste, com cerca de 20 cavaleiros, no período de 31 de março a 22 de abril do ano 2.000, partindo do Bairro da Ponte Nova, no município de Bálsamo, com destino à cidade histórica de São Vicente, no litoral paulista, cobrindo um percurso de mais de 800 quilômetros, para comemorar o aniversário dos 500 anos do descobrimento do Brasil.

 

                Além desta comemoração o objetivo da viagem é resgatar alguns dos valores da cultura do homem do interior, cultura dita “caipira”, revivendo os costumes de nossos antepassados e prestigiando a moda de viola, a dança do catira, a festa de São João e outras manifestações culturais do gênero.

 

                A comitiva foi integrada pelas seguintes pessoas: Aguinaldo José de Góes, Mário Lopes Molon Filho, Alessandro Domingues Monteiro, Gilberto Della Coleta, Gustavo Roberto de Oliveira, João Roberto de Oliveira, João Jacinto de Oliveira, Ermano de Lima Gomes (“Pardinho”), Milton Ferreira Caires, José Walter de Lima Figueiredo, Celso Luiz Fiamenghi, Luís Carlos Pereira da Silva, Naor Paranhos, Luciano Ricardo Jerônimo e Davi Aparecido Leonardo.

 

                A comitiva contou com o grande auxílio da Maura Martins Ruiz, a simpática e dinâmica esposa do companheiro “Marinho”, bem como do Marcos Antônio e de sua esposa Patrícia de Lima Figueiredo, os quais não mediram esforços para que a empreitada tivesse o êxito alcançado.

        

 

Tanabi, 30 de agosto de 1.999.

 

 

Aguinaldo José de Góes

Fone: (17) 9772-8625

E-mail: ajgoes54@uol.com.br

 


 

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